NOME: Laranja Mecânica
PÁGINAS: 224

"—Então, o que vai ser, hein?
Éramos eu, ou seja, Alex, e meus três druguis, ou seja, Pete, Georgie e Tosko, tosco porque ele era muito Tosco..."

Então assim começa um dos meus livros preferidos. Laranja mecânica é ambientado numa sociedade futurista em um governo totálitario onde a violência atinge dimensões imensas, várias gangues de vândalos vagam na cidade durante a noite e uma delas é liderada por Alex e seus druguis (amigos). O livro é narrado em primeira pessoa por Vosso Amigo e Humilde Narrador Alex, um nadsat (adolescente) que sai de madrugada para se divertir com seus druguis, a fim de beber moloko (leite) e cometer crimes como como espancamento, roubos e vinte-contra-um (estupro) por pura diversão e maudade.

A gangue é formada por Alex, Pete, Georgie e Tosko. Uma noite, eles decidem assaltar a casa de uma senhora, porém é traído pelos seus druguis e é preso, condenado a 14 anos de prisão. Porém Alex é sujeito a um tratamento de choque chamado Técnica Ludovico, o tratamento garante a extinção de toda a maldade no indivíuo em 15 dias a fim de diminuir a super lotação das cadeias, no entanto o que Alex vai testemunhar é pior do que 30 anos encarcerado ou talvez até a morte.

Não sei como, mas Burgess consegue fazer você odiar e amar Alex ao mesmo tempo, existe uma satisfação muito grande em ve-lo sofrer e pagar por seus crimes, mas ao mesmo tempo você quer que a tortura cesse, não sei dizer se deve ao fato de gostarmos de Alex por ele ser bem humorado e carismático ou pelo sofrimento que o vemos passar, já que o livro é narrado em primeira pessoa, ele te passa uma visão bem mais pesada e realista. Talvez seja por ambos motivos.

A virtude vem de nós mesmos. É uma escolha que só a nós pertence. Quando um homem perde a capacidade de escolher, deixa de ser um homem

Talvez esteja confuso pelas palavras laranjas no texto. Bem, se trata de um dialeto criado pelo escritor  chamado Nadsat, Antonie Burgess criou esse dialeto a fim de causar uma sensação de estranhamento ao leitor. No fim do livro existe um dicionário Nadsat, porém se você quer experiementar a mesma sensação de estranhamento dos leitores ingleses (já que até hoje não existe glossário para o dialeto nas edições britânicas) eu aconselho a ler sem consultar o glossário como eu li. No começo é confuso mas depois você passa a assimilar as palavras ao significado sem grandes problemas, além de tornar a leitura muito mais dinâmica e divertida.

Pra todos os efeitos, o livro é incrível apesar de sua própria sinopse ter tantos "spoilers", ele garante surpresas do começo ao fim.O livro é dividido em 3 partes: Antes do tratamento, durante o tratamento e depois. No decorrer do livro vemos uma lição muito grande de amadurecimento, a parte mais interessante pra mim foi quando entedemos o significado do título Laranja Mecânica que só fica claro na metade do livro. Ele é pequeno, a leitura é rápida, divertida, estranha do jeito que Burgess intencionou e muito horrorshow. No entanto, se voce procura uma leitura leve e tranquila, procure outro livro pois Laranja Mecânica promete uma experiência peculiar e marcante ao leitor.

O filme dirigido por Stanley Kubrick é, sem dúvidas, uma obra prima. Eu queria muito falar sobre todos fatos incríveis que fazem o filme ser tão maravilhoso, mas não quero me aprofundar muito pois o foco principal é o livro, além da resenha nao ficar longa demais. Incrivelmente fiel ao livro, Kubrick cria muito bem cenários bizarros e cenas perturbadoras assim como o escritor. O filme é fiel ao livro do começo ao fim, minha parte favorita é quando Alex é obrigado a ver os filmes com os olhos arregalados por ganchos

- Parem o Filme! Por favor, parem! Eu não agüento mais. - E aí, a golosse
do Dr. Brosdsky falou:
- Parar? Você diz parar? Ora, nós mal começamos. E ele e os outros
esmecaram muito alto.